Governo Jatene deixou rombo de R$ 244 milhões na Cosanpa.

Foi realizada ontem a assembleia geral para aprovação do Balanço Patrimonial 2018 da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa). Além do presidente do órgão, Márcio Coelho, participaram do ato formal o coordenador do Núcleo de Relacionamento com Municípios e Entidades de Classe (Nurmec), da Casa Civil, Josenir Nascimento, e a assessora técnica Cristiany Borges, também da Casa Civil.

As contas do ano passado já haviam sido aprovadas pelo Conselho Administrativo e Fiscal e, agora, foram apresentadas aos representantes do Governo do Estado, conforme determina a legislação. Pelo 15º ano consecutivo, a empresa fechou 2018 com saldo negativo entre receitas e despesas. O prejuízo no exercício 2018 deixado pela gestão de Simão Jatene foi de mais de R$ 244 milhões.

“As contas apresentaram prejuízos, ou seja, despesa maior do que receita e o saldo negativo vem se acumulando ao longo do tempo. As consequências são evidentes para a população que recebe os serviços da companhia e impactam diretamente nas operações da empresa, por isso, enfrentamos dificuldades agora em 2019”, explicou Márcio Coelho.

Na ocasião, também foram debatidas ações entre Cosanpa, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop) e Companhia de Habitação do Pará (Cohab), para melhorar a questão do saneamento no Pará, além das estratégias para captação de recursos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O objetivo é ampliar a rede de esgotamento sanitário em municípios ainda sem cobertura pela Cosanpa. Durante a programação do Governo Por Todo o Pará, em Santarém e Marabá, dez municípios paraenses, que hoje atuam com sistemas próprios, demonstraram interesse em migrar para o sistema estadual de serviços de água e esgoto.

PLANEJAMENTO

A recuperação financeira e operacional da Cosanpa faz parte do plano de ações da nova gestão. “Fizemos o diagnóstico no início do ano e temos um trabalho grande na redução das nossas despesas. Contratos também foram revistos. Do ponto de vista das receitas, precisamos reduzir perdas e inadimplência, para que a companhia passe a atuar de forma equilibrada”, pontuou o presidente.

O atual estado do Complexo Bolonha é uma das consequências dos prejuízos deixados pelas gestões anteriores e pela falta de investimentos na companhia. O sistema responsável pelo abastecimento de 65% da capital do Estado opera, atualmente, apenas com oito dos 16 filtros e sem equipamentos reserva para casos de panes emergenciais. A modernização do complexo está em andamento e as obras vão seguir em ritmo acelerado, para melhorar o serviço prestado à população.

Além das obras em andamento e ações previstas para investimentos na Cosanpa, serão iniciadas melhorias na rede de Belém com a troca de tubulação antiga por redes feitas com material mais moderno e eficiente. O projeto prevê ainda a subsetorização do sistema em 30 bairros – para quando houver necessidade de paradas para retirada de vazamentos, por exemplo, a interrupção ocorra apenas no setor específico –, e também a instalação de hidrômetros para a população pagar só pelo que consumiu.

(DOL)