Propostas e estratégias no combate ao trabalho escravo e para o enfrentamento ao tráfico de pessoas foram tema de uma reunião realizada na sede da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) nesta quinta-feira (17). Participaram o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Rogério Barra, e representantes da Comissão Estadual de Erradicação ao Trabalho Escravo (Coetrae/PA).
O Pará é campeão em casos de trabalho escravo no Brasil. São mais de 132 mil trabalhadores resgatados no Estado desde 1995, segundo o “Escravo Nem Pensar” – programa nacional de prevenção ao trabalho, fruto da parceria entre a ONG Repórter Brasil e a Secretaria de Estado da Educação do Pará (Seduc), com a articulação da Sejudh entre os anos de 2016 e 2017.
“Estamos aqui para unir forças no combate às tristes mazelas que atingem milhares de paraenses que se tornam refém de um sistema cruel e desumano. É um momento para ações integradas entre a sociedade civil a rede de apoio para enfrentar este problema, com ações efetivas em curto, médio e longo prazo, bem como fortalecer os trabalhos em destaque realizados até aqui”, enfatizou o secretário.
Entre as medidas, ações educativas para o próximo dia 28 de janeiro, em que é oficializado no Brasil como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. A data relembra a chacina cometida em Unaí, Minas Gerais, contra a equipe de auditores que foi investigar uma denúncia de trabalho escravo numa fazenda local. Os mandantes do crime, condenados, até hoje continuam em liberdade.
Também Ficou acordado que os órgãos membros do colegiado seguirão com as metas traçadas no Plano Estadual de Erradicação ao Trabalho Escravo, publicado em dezembro de 2018, e com a realização da campanha de sensibilização sobre o assunto alusiva ao dia 28 de janeiro.
“Precisamos seguir um trabalho voltado para sensibilizar a população sobre o problema, ainda associado apenas à área rural. Esclarecer sobre as mudanças no conceito de trabalho escravo que, diferentemente do que acontecia na escravidão colonial e imperial, a vítima não é presa a correntes, mas é retida e oprimida no local de trabalho por meio de outras artimanhas”, pontuou Renato Menezes, coordenador de enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo.
“O trabalho escravo contemporâneo caracteriza-se como o trabalho forçado, degradante, de jornada exaustiva e de servidão por dívida. Precisamos disseminar informações sobre faixa etária, gênero e etnias (inclusive, indígenas), com o intuito de demonstrar a diversidade de grupos sociais que podem ser atingidos por esta temática, também frisando as ações de prevenção, assistência, responsabilização e repressão”, abordou Menezes.
(Claudiane Santiago/ Foto: Wagner Almeida- Ascom Sejudh)