Recuperadas da Covid-19, elas tiveram acesso à terapia, ao apoio de profissionais e ao contato virtual com familiares
O Hospital de Campanha de Belém, montado no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, ultrapassou a marca dos 200 pacientes recuperados após tratamento contra Covid-19. Entre os que receberam alta médica, 15 foram liberados neste sábado (2) e voltaram para casa. Além do tratamento terapêutico e da atenção da equipe de profissionais de saúde, a garantia de contato com os familiares durante a internação por meio de videochamadas também faz diferença no processo de recuperação.
O motorista Gerson Cardoso, assim como os demais que já deixaram o Hospital de Campanha, foi homenageado pela equipe da unidade na saída. Muitas palmas e palavras de apoio emocionaram os ex-pacientes. “Eu agradeço em primeiro lugar a Deus, e em segundo lugar a vocês (referindo-se aos profissionais). Eu pensei que ia morrer. Se não fosse isso aqui (Hospital de Campanha), as pessoas não estavam se salvando. Sou muito grato, de coração, e desejo que vocês continuem assim. Muito obrigado”, declarou.
“Se não fossem eles, a gente não estaria aqui”, reconheceu Marcel Bispo, também recuperado da Covid-19, e que no momento está desempregado. “Agradeço aos médicos que estavam ali, que não desistiram e ficaram com a gente o tempo todo”, acrescentou.
De acordo com o diretor de Projetos do Hospital de Campanha de Belém, Marcos Atual, os ex-pacientes Marcel e Gerson, assim como os outros pacientes, falaram diariamente com pessoas da família por videochamada. O contato, além de permitir aos parentes o acompanhamento do processo de recuperação, também contribui para a melhora do quadro de saúde dos internados.
Contato visual – “Esse é um momento de suma importância, porque por mais que você passe para o familiar sobre a situação do paciente em boletim, nada se compara com o contato em chamada de vídeo, saber como as coisas estão pela boca da própria pessoa, o que está sentindo”, frisou Marcos Atual.
São realizadas, em média, de 70 a 80 chamadas diariamente, com duração de até 10 minutos por pessoa. Um tablet é levado para fora do Hangar e entregue ao familiar, que se conecta ao internado por meio de outro tablet que fica dentro do ambiente hospitalar. Muitas vezes o familiar acaba filmando a chamada, para que outros parentes também possam saber do paciente.
“Vejo que a humanidade está passando por um processo de ‘correção’. Todos entraram em um estado de corporativismo muito grande; é uma coisa muito legal de se ver. A gente, hoje, organizou uma comemoração para os que tiveram alta, mas essa comemoração também é para nós, é para a equipe de médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde, porque dá força. É principalmente para quem ainda está internado, esperando o momento da recuperação, para que a pessoa saiba que é possível”, afirmou o diretor.
Informações Agência Pará | Fotos: Marcelo Seabra