A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (23), o Projeto de Lei 28/2020 que institui a política estadual de valorização da qualidade de vida à mulher durante o climatério, a fim de assegurar às mulheres os atendimentos clínico e psicológico adequados no período. O PL, de autoria da deputada estadual Dilvanda Faro (PT), segue agora para sanção do Governo do Estado.
O climatério é um período de transição da etapa reprodutiva para a não reprodutiva (se manifesta entre os 40 aos 65 anos, em média) e se relaciona à deficiência de hormônio, que vai diminuindo nesse período. Muitas mulheres sofrem no climatério, quando são percebidos sintomas como: ondas de calor, suores abundantes, depressão, irregularidade menstrual e também alterações urogenitais.
Para combater esses graves problemas, é recomendado a mulher fazer o tratamento de Terapia de Reposição Hormonal (TRH). O tratamento deve ser adotado para aliviar os sintomas físicos (fogachos), psíquicos (depressão, irritabilidade) e os relacionados com os órgãos genitais (secura vaginal, incontinência urinária) no climatério. Além disso, funciona como proteção contra a osteoporose e assegura melhor qualidade de vida para a mulher.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que as mulheres representam 55,5% da população idosa brasileira e 61% do contingente de idosos acima de 80 anos. Essa sobrerrepresentação feminina resulta da maior expectativa de vida das mulheres que, em média, vivem oito anos a mais que os homens.
Hoje com o aumento da expectativa de vida, vale lembrar que as mulheres passam, pelo menos, um terço da vida no climatério. “Para viver mais e com mais qualidade, significa passar pelo climatério sem tanto sofrimento, ou pelo menos, com redução dos sintomas. Com isso, o projeto de lei que assegurar consultas, exames diagnósticos laboratoriais, tratamento terapêutico, preservando a saúde e o bem-estar dessas mulheres”, ressalta a deputada Dilvanda Faro.
Ainda para minimizar os sintomas negativos do climatério, especialistas recomendam ainda que a mulher alie ao seu tratamento medidas simples, tais como uma alimentação saudável, atividade física regular, não fumar e evitar o consumo de álcool, cuidados com a saúde bucal.
Em consulta, na rede básica ou especializada de saúde do Pará, não há o atendimento a este grupo de mulheres. É sabido também, que a maioria dos profissionais ginecologistas não trata as mulheres nesta fase, com reposição hormonal, fitoterápicos ou antidepressivos.
Iniciativa semelhante foi aprovada, em 2006, pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).