O jornal O Estado de São Paulo publicou excelente matéria, informando que Jair Bolsonaro, o ex-verdugo do Planalto, tentou entrar no país com mais de R$ 16 milhões (em joias) não declarados à Receita Federal do Brasil, o que caracterizaria infração fiscal punível com multa e apreensão dos bens, o que acabou ocorrendo.
Colar, anel, relógio e brincos de diamantes, “presenteados” pelo governo da Arábia Saudita a Michelle Bolsonaro, ex-primeira dama que recebeu R$ 90 mil em cheques do miliciano Fabricio Queiroz, operador das rachadinhas do gabinete de Flávio Bolsonaro, foram encontrados, escondidos, na mochila de um assessor federal.
Flagrado pelo Raio-X da alfândega brasileira no aeroporto de Guarulhos, Marcos André dos Santos, a “mula” do casal Bolsonaro, informou desconhecer o conteúdo dos estojos que carregava. Se quisesse entrar legalmente no Brasil com as joias, o “cidadão de bem” teria de pagar multa e impostos, no total de mais de R$ 12 milhões.
O patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias, compradas com panetones e dinheiro vivo, poderia alegar que as joias eram um presente oficial, mas nesse caso não poderia ficar com elas, já que o dono seria o Estado brasileiro, e não Dona Micheque, ops!, Michelle. Assim, o pequeno tesouro foi confiscado pela Receita.
O caso ocorreu em 26 de outubro de 2021, e por si só já seria constrangedor e grave o suficiente, já que houve tentativa oficial de importação ilegal, no mínimo, ou mesmo contrabando. Porém, em 3 de novembro seguinte, o devoto da cloroquina tentou recuperar as joias sem o devido pagamento de multa e impostos, usando o Itamaraty.
Segundo a reportagem, Ministério das Relações Exteriores, Ministério de Minas e Energia e comando da Receita Federal foram acionados (ilegalmente) e fizeram gestão (irregular), tentando recuperar as joias para o patriota cristão, que coloca o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos, salvo nos casos em que ele e sua família estão à frente.
Mas não acabou! Ao apagar das luzes de seu mandato, depois de depenar o Palácio da Alvorada (até as moedinhas do espelho d’água a família presidencial levou embora), o fujão da Flórida tentou, em 28 e 29 de dezembro de 2022, dar outra carteirada criminosa e roubar o que, à época e agora, pertence ao Estado brasileiro (bens confiscados).
Milhões de brasileiros romperam relações com amigos e familiares, e outros tantos foram presos, tentando golpe de Estado, em nome deste covarde golpista, que hoje encontra-se fugido do país, acreditando tratar-se de alguém muito diferente de Lula da Silva. Contudo, após o que já sabemos, a diferença é apenas o tamanho das cifras. Por enquanto.
Por Ricardo Kertzman | Foto: Sergio Lima / AFP