A viagem ao Norte do país não demonstrou a força que ele gostaria e, portanto, não surtiu o efeito esperado, de tentar reerguer a imagem do presidente, bastante arranhada pela pandemia e suas ações. O presidente enfrentou protestos em Manaus e viu entrar água na festa que havia programado para Belém. O evento na capital paraense teve que mudar de local e a visita presidencial ficou restrita a uma agenda na Base Aérea de Belém, sem os desfiles em carro aberto ou aclamação popular como ocorreu outras vezes.
A claque que um dia foi grande, ontem foi diminuta, composta por pessoas ligadas organicamente a Eder Mauro e setores organizados de direita. O ângulo fechado das fotos e imagens pode até enganar os incautos, mas uma imagem aérea comprova a fragilidade da ação política de hoje, cujos apoiadores mal conseguiam fechar uma avenida.
E como se não bastasse, Bolsonaro saiu com mais rejeição ainda por não entregar o que havia sido prometido por ele e seus deputados apoiadores aqui, que seriam distribuído cestas básicas para famílias carentes da pratinha. Sobraram filas, aglomerações, xingamentos, coação à imprensa e indignação popular, diante da falta de respeito e empatia do bolsonarismo com a fome e a necessidade do povo.
A mise-en-scène de Bolsonaro pode ter sido simbólica, mas a fome do povo não é. Ela é física. E sem comida na mesa, em uma realidade nua e crua, o povo percebe que ‘mito’ não enche barriga e precisa ser desconstruído.
Por Max Costa | Editado Blog do Sávio Barbosa