Com público ampliado, vacinação em Belém tem aglomerações, filas, falta de doses e problemas com voluntários.

A vacinação contra Covid-19 foi marcada por filas, correria, aglomerações e confusão nesta quarta (16) em Belém. Voluntários que aplicam as doses também denunciaram que muitos passaram mal depois de não terem recebido alimentação. 

A prefeitura montou um cronograma incluindo dois grupos diferentes, todos dividindo os mesmos locais de vacinação. Em vários pontos de imunização, havia fila única para idosos e pessoas sem comorbidades.

O público alvo da imunização nesta quarta era nascidos entre 1962 e 1969 e idosos, que deveriam completar a segunda dose da vacina AstraZeneca, em 24 postos abertos. Na Casa de Plácido, às 9h a fila ainda não tinha andado. A espera foi longa também no Mangueirinho, com fila chegando do lado de fora. Na escola de enfermagem, a movimentação só foi diminuir por volta das 12h, quando cerca de 500 pessoas foram vacinadas. 

A expectativa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) é vacinar 30 mil pessoas sem comorbidades nesta quarta. “Nós já fizemos anteriormente em Belém 26 mil doses no dia com menos pontos, então vemos que a questão é a distribuição das pessoas”, afirma Cláudio Salgado, diretor de Vigilância à Saúde da Sesma.

Com a ampliação do cronograma, a Sesma espera vacinar 100 mil pessoas, vacinadas por idade sem comorbidade, nesta semana. A chamada desta quinta é para nascidos de 1962 a 1973, com orientação de procurar outros locais, além dos mais conhecidos.

Falta seringa e doses

No ginásio Mangueirinho, pessoas relataram que houve falta de seringas. Havia muitos espaços sem abrigo, e os moradores ficaram expostos ao sol e também à chuva. 

Em vários pontos, as pessoas ficavam amontoadas. 

Quem foi se vacinar também reclama de informações desencontradas sobre a aplicação. Muitos relataram também que tiveram de esperar resolverem problema de falta de doses e de insumos.

Voluntários sem alimentação

Voluntários na Universidade do Estado do Pará (UEPA) divulgaram um vídeo relatando que estavam sendo ameaçados por pessoas que filmavam o ponto de vacinação, dizendo que iriam invadir o local. 

“Desde de manhã não mandaram café da manhã, tivemos que fechar o posto, porque alguns voluntários estavam passando mal”, afirma voluntário em vídeo. 

O que dizem as autoridades

A Sesma disse, em nota, que “não há falta de vacinas em Belém para a imunização do público-alvo chamado para esta etapa da vacinação, que iniciou nesta quarta-feira, 16, e segue até sexta-feira, 18”.

Segundo a nota, “houve um comparecimento em massa deste grupo, no primeiro dia de vacinação, o que acabou gerando filas, superlotação de alguns pontos e até mesmo falta temporária de abastecimento de imunizantes em alguns locais de vacinação, mas que foram todos repostos pela logística da secretaria”.

Informações G1