É o vício do cachimbo que faz a boca torta.

A indignação e a revolta no discurso dos investigados na operação fake news, deflagrada pela polícia civil do Pará, contrasta com o longo histórico de prática criminosa materializada através da produção e propagação de peças de publicidade e matérias jornalísticas falsas ou plantadas, com intenção de denegrir a imagem de adversários e desafetos políticos.

O esquema era tão enraizado e rotineiro, com tanta gente envolvida, que com o passar das décadas criaram uma falsa legalidade imaginaria. Pior ainda era a certeza da impunidade, alimentada pelos 20 anos de fabricar mentiras pagas com o dinheiro dos cofres públicos.

A empáfia de certas figuras conhecidas no meio da comunicação fizeram os menos avisados acreditarem numa idoneidade e ética que nunca existiram. Eles se enxergavam a cima da lei e de todos, e foi esse “costume do cachimbo” que levou essa turma, depois da derrota nas urna, a continuar o esquema que atinge toda a sociedade e leva muita gente a acreditar em falsas verdades.

Mas depois de hoje, uma mentira contada mil vezes será apenas mais uma mentira e não mais uma verdade fabricada. Quem viveu a vida toda se fazendo de santo de dia e construindo fortuna na calada da noite está sentido agora a mão da justiça. Repetir uma prática a vida inteira não torna correto o que é errado. Os pseudos donos da verdade estão descobrindo agora que são apenas uns simples mortais.