Esposa e cunhado de Toni Cunha movimentaram R$ 31 milhões em contratos suspeitos na Prefeitura de Marabá.

Ele tenta desesperadamente se apossar da cadeira de prefeito para perpetuar falcatruas que envolvem contratos milionários de empresas de aluguel de veículos da família dele

De 2017 a 2024, a família de Toni Cunha, candidato a prefeito de Marabá, liderou um forte esquema de contratos milionários de locação de veículos na Administração Municipal com inúmeros indícios de irregularidades, sendo o principal deles a formação de conluio para vencer certames licitatórios. O esquema tem como protagonistas a própria mulher de Toni Cunha, Lanúzia Lobo, e o cunhado dele, o empresário Leonardo Lobo.

A reportagem seguiu a rota de contratos das empresas L & C Serviços e Locações, de Leonardo, e Lobo Comércio e Aluguel de Veículos, de Lanúzia Lobo, junto à Prefeitura de Marabá e constatou que a família do candidato a prefeito movimentou R$ 31.360.030,53 em contratos, sendo R$ 27.876.730,53 via L & C e outros R$ 3.483.300,00 via Lobo.

 

Dados retirados do Portal da Transparência https://transparencia.maraba.pa.gov.br/

Toda essa dinheirama em contratos teria sido um dos pilares do crescimento exponencial da fortuna pessoal de Toni Cunha, cujo patrimônio saltou de R$ 238 mil em 2016 para cerca de R$ 3 milhões em 2024, conforme ele mesmo declarou à Justiça Eleitoral nas candidaturas para vice-prefeito e prefeito de Marabános respectivos anos.

Cartas marcadas

A prosperidade da grande quantidade de contratos das empresas L & C e Lobo começa a partir de 2017, assim que Toni Cunha se torna vice-prefeito de Marabá, ambicionando tornar-se o titular do Executivo municipal. O então vice-prefeito facilitou para que ambas as empresas participassem em conluio e vencessem licitações de aluguel de veículos para atender a várias secretarias da Administração Municipal. 

Veja a assinatura de Lanúzia em um dos vários contratos existentes

A reportagem teve acesso com exclusividade a documentos que comprovam a participação em conchavo, em que uma empresa dava cobertura à outra nos certames, numa espécie de “cartas marcadas”, tudo operacionalizado nos bastidores por Toni Cunha. As propostas comerciais eram apresentadas em valores combinados para ludibriar concorrentes e aumentar as chances de êxito nas licitações.

 

Os documentos analisados comprovam que Toni Cunha ficou milionário coincidentemente no mesmo período em que esses contratos foram assinados com a Prefeitura de Marabá e apontam que o agora candidato a prefeito se valia do cargo para beneficiar parentes e, na ponta, a ele mesmo, o chamado crime de peculato — que Toni Cunha, como delegado federal de carreira que é, embora licenciado, deveria conhecer bem.

Agora, Toni Cunha tenta desesperadamente chegar ao poder para dar continuidade à dilapidação do erário público, mas, em Marabá, segundo as pesquisas oficiais de intenção de voto, a população olha o candidato cada vez mais com desconfiança, principalmente após as revelações nos últimos dias do salto em seu patrimônio, que passou de pouco mais de R$ 200 mil em 2016 para quase R$ 3 milhões em 2024, com sonegações de valores que agora o candidato tenta vir a público explicar. O patrimônio real de Toni Cunha pode girar em torno de R$ 6 milhões.