Uma das questões mais levantadas nas rodas de política em Belém, é o futuro político do atual prefeito Zenaldo Coutinho, do PSDB. O seu mandato irá até 31 de dezembro do próximo ano, e depois disso, Coutinho não terá cargo público. Deverá ficar por quase um ano e meio sem função pública, isso levando em consideração a possibilidade de a sua volta à política, talvez como deputado federal, em 2022, cargo que ocupou por 20 anos ininterruptamente.
O questionamento sobre o seu futuro diz respeito ao que Zenaldo se tornou hoje politicamente: a representação do fracasso. Lembro-me bem, quando o atual mandatário político da capital do Pará chegou ao Palácio Antônio Lemos, sede do Poder Executivo municipal. A expectativa era enorme. Coutinho até aquele momento só havia sido legislador (vereador, deputado estadual e federal), e uma passagem rápida pela Casa Civil da Governadoria do Estado (entre 2011 e 2012), no segundo governo de Simão Jatene.
Antes de Zenaldo se tornar prefeito de Belém, a capital do Pará já havia experimentado dois mandatos de uma desastrosa gestão de Duciomar Costa. Ao fim daquele período, achava-se que Belém já havia vivido os seus piores oito anos das últimas três décadas. Porém, o pior ainda estava por vim, e veio. Zenaldo caminha para finalizar o seu sétimo ano à frente da Prefeitura Municipal de Belém, e a situação da capital do Pará é de total abandono. E o cenário não deverá mudar até o fim de seu atual mandato.
O desgaste de Coutinho é tamanho que, o ex-governador Simão Jatene, o preteriu na escolha de seu sucessor ao governo do Pará. Escolheu em seu lugar, Márcio Miranda, do DEM. Quando Zenaldo subiu as escadas do Palácio Antônio Lemos em direção ao seu gabinete, após a cerimônia de posse, no primeiro dia de 2013, todos pensavam que ali estava caminhando o futuro governador do Pará, quando findasse o ciclo de Jatene. Por ser o prefeito da capital do estado, seria natural a escolha por Coutinho. Todavia, os tucanos não esperavam que ele fizesse uma gestão tão ruim à frente da PMB.
Hoje o PSDB está dividido. O grupo que ainda está próximo a Simão, é diferente do que está orbitando Zenaldo. Caberá a Coutinho escolher o seu sucessor. E ele já deixou claro que não abrirá vaga – mesmo que seja dentro do ninho tucano – para alguém de fora de seu grupo. O prefeito está isolado politicamente e sofre fortes ataques dos veículos de comunicação dos Barbalho, além de ter perdido consideravelmente o escudo que atende pela sigla ORM (Organizações Romulo Maiorana), depois da saída de Rômulo Jr. da presidência da empresa. Conforme já dito por este Blog, Ronaldo ao ter assumido às rédias do grupo, se aproximou dos Barbalho, deslocando – em parte – os tucanos, até então majoritários no trabalho de defesa do citado grupo de comunicação.
Nos últimos dias, Coutinho resolveu copiar o seu correligionário, o ex-governador Simão Jatene, e partiu para o ataque (ou contra-ataque) ao governador Helder Barbalho e ao trabalho exercido pelos veículos de comunicação da família. Seguindo a mesma linha de Simão, Coutinho negou a veracidade das matérias publicadas pelo jornal Diário do Pará e deixou claro que está “tudo bem”, tudo “conforme planejado” por sua gestão. Cabe a pergunta: em qual mundo vive o prefeito? O que se pode afirmar é que Zenaldo está isolado, e o seu futuro político é incerto, não pelas oportunidades, mas sim pela falta delas. De estrela tucana para um agente político apagado, com carimbo de incompetente. Como já dito neste Blog: “O Palácio Antônio Lemos não é para principiantes. Governar Belém é ir do céu ao inferno, ou vice-versa”. E ainda tem a gana do governador em ter o controle político da PMB. A vida dos tucanos não está e nem será fácil, e Zenaldo só fez piorar o cenário.
Por Blog do Branco