O que está por trás dos protestos das mulheres dos presos?

Fontes dos organismos de segurança têm diagnóstico fechado sobre os recentes protestos de mulheres de presos. É um monstro de três cabeças. Os duas primeiras são mais óbvias:
– Juliana Fonteles, esposa do deputado Bordalo, uma das líderes do movimento, seria candidata a vereadora no próximo ano pelo Partido dos Trabalhadores. Portanto, precisaria desta massa de apoio ao seu projeto político. Além disso, é desafeta do atual mandatário da Susipe, Jarbas Vasconcelos. A disputa na OAB teria contaminado o assunto e fechado algumas portas ao diálogo;
– Facções como o Comando Vermelho sentem o tranco dado pelo governo. Perderam espaço e controle, especialmente pelas transferências e medidas de disciplina dentro dos presídios, que atrapalham as correias de comando do crime organizado.
O terceiro só foi confirmado no curso das investigações e é estarrecedor. Havia um mercado poderoso nos presídios, controlado por alguns presos, certamente com envolvimento de agentes que faziam vistas grossas. Vagas em celas com menos gente, remédios, visitas íntimas e até comida fornecida pelo estado eram vendidos num mercado clandestino que existia há anos nos presídios paraenses.
Um exemplo: das 6 mil quentinhas distribuídas pelo Estado, apenas 2 mil chegavam “de graça” para os presos. 4 mil eram vendidas por estes líderes criminosos. Este monstrengo anima as mulheres que ocupam uma das faixas da avenida Avenida Almirante Barroso. E ainda tem gente séria que dá espaço.