As sessões da Câmara Municipal de Ananindeua deixaram de ser transmitidas ao vivo pelas redes sociais, decisão que partiu diretamente do presidente da Casa, vereador Vanderray. A medida vem sendo alvo de denúncias por parte de cidadãos e servidores, que apontam uma tentativa deliberada de esconder do público votações polêmicas — especialmente um projeto milionário de interesse do Executivo.
Segundo informações recebidas por nossa equipe, a suspensão das transmissões estaria ligada ao receio de repercussão negativa em torno da criação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), proposta do prefeito Daniel Santos. O projeto, aprovado recentemente, prevê uma superestrutura de segurança pessoal para o prefeito, seu vice e aliados — incluindo o próprio presidente da Câmara — com gastos que ultrapassam R$ 4,3 milhões por ano.
Justificativas frágeis e recorrentes
Não é a primeira vez que transmissões das sessões são interrompidas. De acordo com denúncias, o presidente Vanderray frequentemente alega problemas técnicos, como falta de sinal de internet ou falhas nos equipamentos. No entanto, servidores internos relatam que não há qualquer impedimento técnico real que justifique a ausência de transmissões. “É sempre a mesma desculpa. Mas na verdade, é medo da repercussão que esses projetos podem gerar”, afirmou uma fonte sob condição de anonimato.
Câmara às escuras enquanto projeto bilionário avança
O projeto do GSI, que prevê a criação de 60 novos cargos — sendo 58 comissionados — foi aprovado com pouca publicidade e sem qualquer debate com a população. A estrutura, com altos salários e gratificações, deve funcionar paralelamente à Guarda Municipal, gerando preocupações sobre possíveis sobreposições de função e desperdício de recursos públicos.
População excluída
Com a suspensão das transmissões, a população de Ananindeua fica no escuro quanto ao que está sendo discutido e votado em seu nome. Em um momento de graves problemas na infraestrutura, na saúde e na segurança pública da cidade, a falta de transparência no Legislativo agrava ainda mais a crise de representatividade e afasta a Câmara do seu papel fiscalizador e democrático.
Enquanto isso, cresce a pressão popular por esclarecimentos e pela retomada imediata das transmissões, que são um direito básico da sociedade e um instrumento essencial para o acompanhamento das ações dos seus representantes.