Presidente da Câmara Municipal de Belém expulsa vereador de sessão por criticar Zenaldo.

O vereador Francisco Almeida, do PSOL, conhecido como “Dr. Chiquinho”, já é o terceiro parlamentar da Câmara Municipal de Belém (CMB) censurado pelo presidente da casa, Mauro Freitas (PSDB), durante as sessões legislativas realizadas de forma on-line desde o início da pandemia. Na reunião de ontem, (8), Mauro tirou Chiquinho da reunião quando o psolista fazia críticas à gestão do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) e à própria condução da presidência da casa legislativa.

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“Se a sessão estivesse ocorrendo de forma presencial, seria o mesmo que ele mandar um segurança me tirar à força”, denunciou. O vereador afirma que Mauro, tendo o controle de quem pode ou não participar do ambiente virtual, também não permitiu que ele retornasse à chamada de vídeo. “Nos tempos atuais, isso é muito grave. Eu tava fazendo críticas a ele e ao prefeito, em razão de propagandear que somos a única Câmara que trabalha em julho, mas no entanto somos muito caros e improdutivos. Nosso trabalho se restringe a aprovação de requerimento, não estamos discutindo nenhum projeto importante”, analisou Chiquinho.

Outro vereador da casa, Fabrício Gama, do PMN, teria estimulado a ação censura. “Ficava falando ‘tira logo ele’, como um capacho do presidente, da mesma forma que o presidente é um capacho do prefeito”, atacou. Os vereadores Silvano Oliveira (PSD) e Fernando Carneiro (PSOL) já foram retaliados por Freitas em sessões anteriores por fazerem falas críticas à atuação de Zenaldo. Nessas situações, o presidente cortava os microfones ou o sinal, e alegava que o problema era a conexão de internet falhando.

“Eu fiz denúncias em redes sociais, e por ser uma questão mais política do que jurídica, estou vendo quais as medidas judiciais cabíveis. Não adianta recorrer ao Comitê de Ética da CMB, porque ele [Mauro Freitas] vai segurar qualquer coisa do tipo”, lamenta Chiquinho. Em seu entendimento, a manutenção das sessões, no mês em que o parlamento entra no recesso previsto em regimento interno, tem como único objetivo manter a imagem de Mauro em evidência, já visando as eleições municipais de novembro.