Oito meses após sua inauguração pela Prefeitura de Ananindeua, o Pronto-Socorro Municipal de Ananindeua (PSMA), que deveria ser o primeiro pronto-socorro da cidade, tornou-se uma obra de fachada.
Com 3.000 m² de área construída e capacidade para 75 leitos – sendo 65 clínico-cirúrgicos e 10 de UTI –, o PSMA foi projetado para atender até 2.250 pacientes por mês. No entanto, nesta quarta-feira, apenas quatro pacientes estavam internados. O cenário contrasta com o investimento de mais de R$ 20 milhões.
Dívida milionária e impasse judicial
A inauguração do PSMA aconteceu em meio a um escândalo financeiro. O prefeito Daniel Santos foi acusado pelos antigos proprietários do Hospital Camilo Salgado de aplicar um calote milionário na compra do imóvel. A Prefeitura adquiriu o prédio, localizado na avenida Mário Covas, mas não quitou totalmente a dívida, restando um débito de aproximadamente R$ 4,335 milhões.
A Justiça determinou que o pronto-socorro só poderia entrar em funcionamento após o pagamento da dívida. Apesar da decisão ter sido suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no dia 8 de julho, o hospital segue sem operar normalmente.
População sem atendimento e sobrecarga em Belém
Enquanto o impasse se arrasta, os moradores de Ananindeua que buscam atendimento emergencial no PSMA são redirecionados para o Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo, localizado na avenida Augusto Montenegro, em Belém.
Diante desse cenário, cresce a pressão sobre a Prefeitura para que esclareça o motivo pelo qual o PSMA permanece sem atender a população. Até o momento, nenhuma explicação convincente foi dada, e a obra que prometia revolucionar o atendimento emergencial em Ananindeua segue como um elefante branco.
A população, que aguardava ansiosamente pelo primeiro pronto-socorro do município, agora cobra respostas e exige que o investimento milionário se traduza em atendimento digno e acessível.