Publicação aponta ligação do senador Zequinha Marinho com chefe de esquema criminoso de grilagem de terras indígenas.

Dois empresários e um fazendeiro receberam, no ano passado, os maiores valores acumulados de multas por infração ambiental, revelam dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Um deles, o empresário Jassonio Costa Leite, é apontado como chefe de um esquema criminoso de grilagem de terras indígenas. Ele foi multado em R$ 105,6 milhões em 2021. Outro, o fazendeiro Augustinho Alba, multado em R$ 62,6 milhões, é recorrente em listas dos maiores desmatadores da Amazônia. As informações são de Tácio Lorran, publicadas pelo Portal Metrópoles nessa sexta-feira (4).

O top 10 do ranking elenca diversas empresas, como a Gana Gold Mineração, a Petrobras e a Jaepel Papel e Embalagens, acusada de trazer lixo ilegalmente dos Estados Unidos para o Brasil. Confira:

Chefe de um esquema criminoso de grilagem de terras indígenas no Amazonas, Jassonio Costa Leite lidera o ranking.

Chefe de um esquema criminoso de grilagem de terras indígenas no Amazonas, Jassonio Costa Leite lidera o ranking.

De acordo com o Ibama, foram lavrados três autos de infração contra Jassonio pelo desmate de 21,1 mil hectares, o equivalente a uma cidade de João Pessoa, capital da Paraíba. O empresário é tido como um dos principais responsáveis pelo processo de grilagem na Terra Indígena (TI) Ituna Itatá, em Senador José Porfírio (PA).

A investigação do Ibama contra o empresário se iniciou em 2019. O grupo chefiado por Leite executava o loteamento, a comercialização e distribuição ilegal de terra no interior da TI.

Senador Zequinha Marinho e o empresário Jassonio Leite

O jornal O Estado de S. Paulo revelou, em abril do ano passado, que Jassonio mantém relações diretas com políticos em Brasília, frequenta gabinetes no Congresso Nacional e é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). O senador Zequinha Marinho (PL-PA) já publicou um vídeo ao lado do empresário para criticar uma megaoperação realizada pelo Ibama de combate ao desmatamento.

Em segundo lugar, está o fazendeiro Augustinho Alba, multado em R$ 62,6 milhões no ano passado. O infrator foi penalizado pelo órgão federal por impedir, com o uso de fogo, a regeneração natural de cerca de 4,1 mil hectares de floresta nativa na Amazônia.

Alba é dono da Fazenda Santa Tereza, localizada em Novo Progresso (PA). Em agosto de 2019, o município foi palco do chamado Dia do Fogo, ataque organizado por produtores rurais, empresários e grileiros que triplicou os focos de incêndio no sudoeste do Pará.

O fazendeiro de Novo Progresso também já esteve no topo de um ranking feito pela revista Veja sobre os fazendeiros que mais desmataram a Amazônia entre agosto de 2019 e julho de 2020.

Fonte: Portal Metrópoles