Secretário de Vigilância em Saúde pede demissão em meio à pandemia e Mandetta pode sair essa semana.

O Ministério da Saúde informou, hoje (15), que o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, pediu demissão esta manhã.

Na mensagem enviada aos colegas, Oliveira afirmou que “a gestão de Mandetta acabou” e que precisava se preparar “para sair junto”. Ele disse ainda que “só Deus para entender o que querem fazer”.

“Finalmente chegou o momento da despedida”, disse Oliveira na carta enviada aos colegas.

“Ontem tive reunião com o ministro e sua saída está programada para as próximas horas ou dias. Infelizmente não temos como precisar o momento exato. Pode ser um anúncio respeitoso diretamente para ele ou pode ser um Twitter.” Hoje pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro disse que resolverá “a questão da Saúde” para que seja possível “tocar o barco”. “Pessoal, estou fazendo a minha parte”, disse a apoiadores em frente o Palácio da Alvorada.

O próprio ministro já se despediu dos subordinados, segundo a Folha, e disse que aguarda apenas que Bolsonaro encontre um nome para substituí-lo.

A saída acontece em meio à pandemia da covid-19 e notícias sobre a possibilidade da saída do próprio ministro da Saúde, Henrique Mandetta. Nas últimas semanas, Oliveira vinha participando das coletivas de imprensa, ao lado de Mandetta e do secretário-executivo, João Gabbardo, para apresentar os dados e as ações da pasta de enfrentamento ao novo coronavírus.

O Ministério da Saúde não informou se já foi escolhido um substituto para ocupar o cargo.

Oliveira é doutor em epidemiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atua também como professor da Escola Fiocruz de Governo da Fundação Oswaldo Cruz, em Brasília, e é servidor público federal, enfermeiro epidemiologista do Hospital das Forças Armadas, do Ministério da Defesa. Tem mais de 20 anos de experiência profissional, sendo 16 anos no Ministério da Saúde, onde também atuou na coordenação da Resposta Nacional às Emergências do zika vírus, em 2015, e de H1N1, em 2009.