A área da Praça Santuário e a Basílica Santuário estavam interditadas na manhã deste domingo, 11, quando o helicóptero que fez o sobrevoo com a imagem da Virgem de Nazaré sobre a cidade pousou na área da Praça Santuário onde costuma ser montado o Arraial de Nazaré.
Logo após o pouso, a imagem foi entregue ao Governador do Pará, Helder Barbalho, para receber as honrarias de chefe de Estado – como ocorreria durante a recepção a ela na Escadinha do Cais do porto, ao final do Círio Fluvial.
“O Círio é uma das maiores manifestações de fé do mundo e em 2020, por causa da pandemia, ele teve que ser diferente, mas não menos especial. Parabéns à diretoria da festa, que buscou alternativas para manter acesa a fé em Nossa Senhora de Nazaré e tornou a celebração deste ano especial, inesquecível. Feliz Círio a todos os paraenses”, desejou o governador Helder Barbalho.
A imagem foi agasalhada posteriormente na berlinda e fez um pequeno percurso até a Basílica, sendo recebida pelo arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira. O governador e a primeira-dama, Daniela Barbalho, entraram na igreja segurando um pedaço da corda que seria usada na tradicional procissão.
Promesseiros foram até as proximidades para tentar entrever a imagem de perto e erguer as mãos em direção a ela, que não percorreu as ruas da maneira tradicional neste segundo domingo de outubro, mas continuou emocionando os católicos.
Às 11h40 se iniciou a missa celebrada pelo bispo auxiliar, Dom Antônio de Assis Ribeiro, a portas fechadas, apenas com a presença do governador Helder Barbalho, da primeira-dama, Daniela Barbalho, de diretores da festa e dos jornalistas que trabalhavam na veiculação das imagens pela internet e pelas emissoras de televisão e rádio, para que todos pudessem acompanhar de casa.
SOLIDARIEDADE
Durante a homilia, o bispo auxiliar disse que, mesmo diante de tanta tristeza e perdas de muitas pessoas, a pandemia nos proporcionou um momento de reflexão.
“Vi manifestações maravilhosas para dizer que um vírus não contém a beleza da nossa fé, autoridade nenhuma separa a beleza do dinamismo do Círio, cheio de esperança. Este ano, foi um ano diferente, por uma série de motivos, para que reconheçamos que não poderia ser diferente. Demos graças a Deus porque estamos com saúde, foi um ano difícil, de choros e lamentos, em que uma doença desafiou a ciência, promoveu crises econômicas e políticas. Uma doença limitou a nossa liberdade, convivência familiar, mas a nossa fé continuou inabalável. Fé e razão nos fazem viver esse Círio diferente. Esse bichinho chamado coronavírus nos fez repensar o quanto somos pequenos e frágeis, portanto, não sejamos pequenos de coração, não sejamos orgulhosos. Este foi o Círio da solidariedade, não poderíamos fazer festa no meio de tantos irmãos sofredores que perderam familiares. Devíamos ser solidários com aqueles que sofrem, como podemos fazer festa quando o irmão está doente? Quando a família está de luto? Portanto, este sim foi o Círio da solidariedade. E foi um convite para que possamos promover a solidariedade sempre. Nos leva a pensar no essencial, a fé, que é invisível, o amor. Fraternidade e bondade, Maria quer que cresçamos no sentimentos da compaixão e nesse tempo de pandemia ela veio nos mostrar o que é essencial. Quem vive a compaixão, vive a empatia”, disse ele.
A partir das 15h deste domingo, a imagem peregrina estará na Praça Santuário para visitação e a Basílica também abrirá as portas durante as missas. Lembrando que os cuidados de uso de máscara seguem obrigatórios e o distanciamento social é uma maneira preventiva de evitar a proliferação do vírus.
Informações Agência Pará | Fotos: Marco Santos/ Marcelo Seabra