Após fazer um histórico da sua trajetória política e das suas gestões à frente da prefeitura e do governo de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou se considerar uma “opção confiável e pacificadora” como terceira via para a corrida presidencial do ano que vem. “Na disputa para a prefeitura de São Paulo comecei na quinta e última colocação com apenas 1% dos votos e terminei a disputa como vencedor alcançando 53%, vencendo a eleição em primeiro turno”, lembrou.
O governador de São Paulo esteve ontem em Belém para promover a sua candidatura às prévias do PSDB, que ocorrem nacionalmente no próximo dia 21 de novembro em todo o país e que escolherão o nome da legenda para a disputa presidencial em 2022. Essa é a quinta vez que João Doria vem ao Pará.
O PSDB realiza prévias para a escolha do candidato à presidência. Doria concorrerá com o senador Tasso Jereissati, com o prefeito de Manaus Arthur Virgílio e com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. “Prévias não mutilam. Elas agregam, multiplicam e fortalecem o partido e aquele que for o vencedor”, diz Doria, que venceu as duas últimas prévias tucanas da qual participou: em 2016 para prefeito de São Paulo e em 2018 para governador do mesmo Estado. Na sequência venceu as duas disputas.
O governador garante que na disputa presidencial de 2022 o partido estará distante de Lula e Bolsonaro. “Somos um partido liberal que respeita a social democracia. A última pesquisa do Datafolha mostra que 52% do eleitorado não quer nem Lula nem Bolsonaro, que rejeita os extremos. O povo brasileiro quer um governo pacificador com propostas transformadoras para nosso país”, cita.
Indagado sobre a adesão do PSDB à base de apoio político do governador Helder Barbalho, Doria afirmou que não irá definir ou opinar acerca das decisões partidárias tomadas aqui. “Seguirei e apoiarei aquilo que for bom para o PSDB do Pará, respeitando as características locais e as decisões regionais”.
AGRESSÕES
Crítico ferrenho de Jair Bolsonaro – a quem apoiou na disputa presidencial de 2018 – Doria garante que o Brasil vive a sua pior e mais conturbada crise política, social e institucional desde o golpe de 1964. “Nunca houve tanta contestação, tanta conflagração e tantas ameaças à Constituição e à democracia como agora. Defenderei sempre o Estado Democrático de Direito”, destacou o governador, que afirmou apoiar o movimento nacional que ocorrerá nacionalmente amanhã contra o presidente Jair Bolsonaro, a quem classificou como “psicopata”.
O governador paulista lembra que o presidente da República “agrediu as instituições, aterrorizou o país, emparedou o Supremo Tribunal Federal e seus ministros, além de ameaçar violentar a Constituição. “Como que uma pessoa faz isso num dia e dois dias depois recua das suas posições? Só pode ser um covarde ou alguém que não esteja dispondo de plenas capacidades mentais”, criticou o governador, sobre a carta de recuo divulgada pelo presidente Bolsonaro na última quinta-feira.
Pará receberá a doação de 500 mil doses da CoronaVac do Estado de São Paulo
João Doria disse que Bolsonaro rompeu com o pacto federativo, desprezando governadores e antagonizando com prefeitos, com exceção de 2 governadores que rezam pela cartilha Bolsonarista e que Doria não citou nominalmente. “Com exceção desses dois, os outros 25 governadores foram rigorosamente abandonados pelo governo federal em todas as áreas. O Fórum dos Governadores está aí para mostrar”.
Doria afirmou que caso não receba cerca de 1 milhão de doses da AstraZeneca que, segundo ele, estão em atraso e seriam destinadas para a aplicação da segunda dose no estado de São Paulo, vai entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Ministério da Saúde.https://823ec0f743e4861c2a5a865374fb9cf8.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
O governador garante ter enviado dois ofícios ao governo federal até a última quinta-feira cobrando o envio da vacina que deveria ter sido repassado ao Plano Nacional de Imunização (PNI), mas não obteve resposta. A falta do imunizante impede que a população complete o ciclo vacinal contra a Covid-19.
O problema ocorre desde o início da semana, e gerou um novo impasse entre as gestões estadual, municipal e o Ministério da Saúde. O governo do estado e a prefeitura da capital paulista acusam o governo federal de alterar cronograma de envio, atrasar repasse de lotes e provocar desabastecimento dos postos, principalmente na cidade de São Paulo.null
Após a coletiva realizada num hotel do centro da cidade, João Doria participou de um jantar oferecido pelo governador Helder Barbalho e ressaltou a parceria produtiva com o gestor paraense. “O Estado de São Paulo doou 500 mil doses da vacina CoronaVac ao Estado do Pará e Helder estará na segunda-feira em São Paulo para receber o primeiro lote dessa doação”, revelou o governador, que participa hoje pela manhã, no mesmo hotel, da nona edição do “Encontros do PSDB pelo Brasil”, mobilização que vai reunir militância e lideranças tucanas em torno das prévias.
O governador paulista estava acompanhado na coletiva do ex-deputado federal e ex-governador da Bahia, Antônio Imbassahy, de Wilson Pedroso, coordenador das prévias e do deputado federal Nilson Pinto, presidente estadual do PSDB e do pré-candidato à Senador Manoel Pioneiro.