Aliados disputam presidência da Câmara de Ananindeua e desafiam prefeito Daniel.

Ananindeua, o segundo maior colégio eleitoral do Pará, se tornou palco de uma disputa acirrada logo após a reeleição de Daniel Santos (PSB). O cenário, que parecia estável após o resultado eleitoral, agora revela tensões internas na chamada “República de Ananindeua”. Aliados de Daniel buscam a presidência da Câmara Municipal, em um movimento que mostra que o apoio ao prefeito está condicionado a uma retribuição.

Entre os principais candidatos, destacam-se Fabrício Miranda e Nathália Begot, que disputam a presidência com base em compromissos antigos. Fabrício Miranda, o vereador mais votado, defende que merece a posição, Diego Alves também defende sua posição como merecedor do cargo, enquanto Nathalia Begot reivindica o cargo em nome do marido, Rui Begot, atual presidente da Câmara e aliado próximo de Daniel. Com o mandato de Rui terminando em dezembro e sua recente inelegibilidade, a candidatura de Nathália é uma forma de manter a influência do casal.

Outro nome em destaque é o vereador Braga reeleito apesar de controvérsias durante a campanha, Braga reivindica o posto argumentando que, ao deixar o grupo Barbalho para apoiar o prefeito, mereceria a presidência da Casa como recompensa. O vereador trocou o MDB, partido do governador Helder Barbalho, pelo PSB, fortalecendo a base de Daniel na Câmara.

Além deles, o vereador Vanderray do PSDB, considerado um homem de confiança do prefeito e do vulgo Ed Wilson nome influente no círculo de Daniel, Vanderray se beneficia do apoio de aliados estratégicos.

A disputa pela presidência da Câmara expõe desafios e embates para Daniel Santos. Apoiar Vanderray, por exemplo, poderia afastar Erick Monteiro, que já investiu muito na lealdade ao prefeito, inclusive abrindo mão de sua candidatura a prefeito em Capitão Poço para focar na campanha de Daniel em Ananindeua. Recentemente, Erik Monteiro se reaproximou do governo estadual após divergências com Daniel Santos, e a nomeação de Vanderray poderia acelerar seu afastamento definitivo.

Essa disputa revela a complexidade da gestão de Daniel, que precisa equilibrar os interesses dos aliados e manter a harmonia na Câmara Municipal para viabilizar sua administração. Enquanto isso, os bastidores políticos de Ananindeua continuam a se agitar, com possíveis consequências para as próximas eleições.