A gestão do prefeito Daniel Santos, de Ananindeua, tem demonstrado incompetência e descaso com a saúde mental da população. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS III), localizado no bairro Maguari, que deveria ser referência no atendimento a pacientes com transtornos mentais graves, encontra-se em estado de abandono.
A unidade, que é mantida com recursos do Governo Federal, deveria funcionar 24 horas, incluindo finais de semana e feriados, oferecendo acolhimento, suporte clínico e até leitos para internação noturna. No entanto, a realidade é outra: falta de medicamentos, ausência de profissionais especializados e infraestrutura precária são apenas alguns dos problemas enfrentados pelos pacientes.
O autônomo Messias Reis, de 30 anos, paciente da unidade desde 2022, denuncia que não há acolhimento digno no local. Segundo ele, os pacientes são obrigados a relatar suas dores e traumas em espaços abertos, sem privacidade. “Como alguém que sofreu abuso ou violência vai se sentir à vontade para falar em público?”, questiona.
Além disso, Messias revelou que sua última consulta foi em março, e desde então, não conseguiu agendar outra. Sem o suporte necessário, ele gasta mais de R$ 500 por mês com medicamentos que deveriam ser fornecidos pela unidade. “Estou há mais de seis meses com a mesma medicação, sem avaliação profissional. Tenho crises constantes, não consigo dormir e isso está me impedindo de trabalhar”, desabafa.
INFRAESTRUTURA PRECÁRIA E HORÁRIO REDUZIDO
O CAPS III deveria oferecer atendimento 24 horas, mas só funciona das 8h às 17h, contrariando as diretrizes do Ministério da Saúde. O local não conta com psicoterapeutas e possui apenas um psiquiatra para atender toda a demanda. Para piorar, o funcionário da portaria também exerce a função de recepcionista, evidenciando a falta de estrutura e organização.
O ambiente físico também é vergonhoso: mato e lixo cercam o centro, enquanto os pacientes enfrentam longas esperas sem sequer cadeiras suficientes para acomodar todos. Os leitos de acolhimento noturno, que deveriam ser uma alternativa crucial para crises severas, nunca foram utilizados.
“Enquanto o CAPS está abandonado, a gestão de Daniel Santos investe milhões em parques inacessíveis para a população vulnerável. Será que a saúde mental é mesmo uma prioridade?”, questiona Messias.
AUSÊNCIA DE RESPOSTAS
Apesar das denúncias, a Prefeitura de Ananindeua, comandada por Daniel Santos, permanece em silêncio. A falta de posicionamento só reforça a sensação de abandono e negligência por parte do poder público.
Os cidadãos de Ananindeua questionam: até quando a incompetência da atual gestão vai continuar prejudicando a saúde mental de quem mais precisa?