Hospitais particulares viram as costas aos seus clientes e fecham em meio à pandemia do Coronavírus.

Os planos de saúde, que cobram uma fortuna, deram as costas aos seus clientes na crise da pandemia e jogaram para o SUS todo atendimento das vítimas do Covid-19. A Unimed, Amil e Hapvida deveriam construir hospitais de campanha, com UTI completa, imediatamente para atender seus clientes e aliviar a rede pública para atender aqueles não tem plano de saúde. Cadê a Agência Reguladora do Sistema (ANS) pra fiscalizar e cobrar dessas empresas responsabilidade com seus clientes?

Saúde de Belém está em colapso.

O sistema de saúde do Município de Belém está em colapso.  A situação foi reconhecida pela própria Prefeitura ontem (20), através de nota divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), em que afirma que não possui mais leitos de UTI para atender pacientes com Covid-19 nas unidades de pronto atendimento. De acordo com a Sesma, o município possui 125 leitos de UTI e 1.118 de enfermaria, além de 90 leitos de observação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Como também o fechamento de alguns desses hospitais públicos.

Outro ponto crítico que atinge a saúde na capital é a situação do Pronto Socorro da 14 de Março e da UPA da Marambaia que estão fechadas por falta de médicos.

Com UPAs superlotadas, Hospital Abelardo Santos é o único refúgio na capital.

Em menos de 24 horas, o Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS) atendeu 1.200 pessoas com sintomas de Covid-19 e síndrome respiratória aguda grave, na capital. Ontem, o local era praticamente a única unidade em que os moradores da Grande Belém podiam recorrer para conseguir atendimento de emergência de casos desta doença, que já provocou a morte de pelo menos 235 pessoas no Pará, segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública. Quem procurou pelo serviço nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Prontos-Socorros Municipais deu com a cara na porta e foi orientado a procurar outros lugares ou o Abelardo Santos, em Icoaraci. Nem mesmo uma vítima de acidente leve de trânsito conseguiu ser atendida na UPA da Terra Firme.

O HRAS funciona como uma espécie de pronto-socorro para atendimentos exclusivos da infecção provocada pelo novo coronavírus, desde a última quinta-feira (30), por decisão do governador do Estado Helder Barbalho, que alterou o perfil do hospital para garantir que a poulação receba atendimento emergencial, já que a Saúde na capital vive um verdadeiro colapso. Em comparação com a véspera, o movimento ontem era menor, apesar de intenso. De carro ou a pé, pacientes chegavam a todo minuto, muitos com aparência debilitada e falta de ar.

TRIAGEM

Enfermeiras e técnicas de enfermagem faziam a triagem de pacientes ainda no portão, verificavam a temperatura e com um oxímetro também mediam o nível de oxigênio no sangue das pessoas. Essa avaliação preliminar é importante para separar os casos mais graves dos leves e fazer o atendimento no menor tempo. Familiares de pacientes ficavam na frente do hospital à espera de informações. No hospital entra somente um acompanhante. Enquanto os atendimentos no Hospital Abelardo Santos eram realizados, as pessoas que recorriam às UPAs de Belém peregrinavam para conseguir ajuda.