A sucessão estadual já esquenta os bastidores políticos dos grupos que desejam chegar ao comando do governo do Pará em 2022. Embora nenhum partido tenha declarado oficialmente seus nomes, o tabuleiro está armado e movimentando as costuras e acordos dos postulantes.
O governador Helder Barbalho (MDB) segue até o momento como o principal nome da disputa para tentar se reeleger em 2022. Ele tem conseguido manter bons índices de aprovação, mesmo enfrentando denúncias e perseguições e ataques sistemáticos de grupos contrários e desafetos históricos. Helder conta com a máquina do governo e um forte aparato midiático a seu favor.
O seu partido elegeu o maior número de prefeitos nas eleições de 2020, totalizando 61 vitórias. O valor representa cerca de 42% dos 144 municípios paraenses. Helder poderá contar ainda com apoio no campo de partidos de esquerda, especialmente do PT e PC do B, a depender das conversações em curso.
Também como possível candidato reaparece o ex-governador Simão Jatene (PSDB), que já governou o Pará por três vezes, e é certamente o nome mais conhecido na oposição, mas estaria em via de abandonar a legenda rumo ao Cidadania, conforme especulações.
Para se efetivar, Jatene tem uma batalha jurídica no caminho, por conta de sua inelegibilidade. Em 2020, por 34 votos a 6, incluindo tucanos, deputados estaduais entenderam que ex-governador descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal referente ao exercício de 2018 por isso hoje estaria inelegível.
Desde que deixou o governo, Janete viu o PDSB esvaziar no estado. Dos 34 prefeitos eleitos em 2016, atualmente a legenda conta apenas com 13, incluindo a derrota na capital, maior colégio eleitoral do Pará e de outros municípios da região metropolitana. Envolto em inúmeras denúncias, deixou o governo com sua imagem desgastada e alto índice de rejeição.
Pela esquerda, Edmilson do PSOL, eleito prefeito de Belém, é o nome mais expressivo, mas já declarou publicamente que não pretende abrir mão da prefeitura para se lançar ao governo e deverá seguir as diretrizes da legenda, que muito provavelmente oferecerá nomes para a disputa ao governo e para a manutenção de suas bancadas na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. De todo modo, Edmilson terá um papel de grande importância no processo eleitoral.
O campo da extrema direita bolsonarista segue fragmentado, com nomes espalhados por várias legendas, sem grande visibilidade, mas deve contar com o Delegado Eguchi, derrotado na última eleição para a Prefeitura de Belém. O politico já manifestou que pretende se manter na arena eleitoral e oferecer palanque à candidatura presidencial de Bolsonaro, cada vez mais desgastada com a crise econômica e sanitária que atinge o país.
Com toda a certeza, ainda haverá a participação de outros partidos, de pouca densidade eleitoral, de espectros ideológicos diversos. Como se vê, o palco eleitoral está se armando.
Informações Ponto em Pauta