Através da SECULT, Governo do Pará revitalizará o Cemitério da Soledade.

Símbolo da história e da memória de Belém, o Cemitério da Soledade carrega registros significativos ao longo de seus 171 anos de existência. O espaço foi testemunha de duas epidemias que marcaram o século XX – febre amarela e cólera – e nele foram enterradas mais de 30 mil pessoas. Com o encerramento das atividades de sepultamento em 1880 e acentuado processo de degradação, o cemitério foi tombado em 1964, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), como patrimônio arquitetônico, urbanístico e paisagístico. Em 20 de março deste ano, após uma vistoria técnica, a Defesa Civil Municipal interditou o espaço, que já apresentava riscos de queda do pórtico de entrada.

Para recuperar esse patrimônio histórico da capital, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), iniciou em janeiro de 2021 o diálogo com a Prefeitura de Belém, que culminou com a assinatura de Acordo de Cooperação Técnica, onde a PMB cede o espaço para que o Governo do Estado proceda o restauro e requalificação do Cemitério da Soledade. O ato ocorreu no Palácio dos Despachos, nesta segunda-feira (12), com a presença do governador Hélder Barbalho, da Secretaria de Cultura Úrsula Vidal e do Prefeito de Belém Edmilson Rodrigues. Através do acordo, a PMB autoriza o estado a executar a obra que transformará o antigo cemitério num parque público, incorporando um museu e outras ações culturais, que serão abertas à população.

O projeto de revitalização teve início, por iniciativa da SECULT, ainda no início deste ano. A obra terá investimento de R$ 15 milhões do Estado e está prevista para ser concluída em 12 meses. A assinatura do termo já garante o início da primeira fase, ainda esta semana, de caráter emergencial. A etapa inicial terá duração de 120 dias e custará os primeiros R$ 3 milhões, que serão voltados para a revitalização do muro; pórtico de entrada, com risco atual de queda; calçamento lateral e reestruturação da parte elétrica e hidráulica.

“Nós estamos em uma agenda importante de resgate da cultura, fazendo com que Belém possa reabrir o Cemitério da Soledade, fazendo com que esse patrimônio histórico possa ser resgatado como um novo ponto de visitação, valorizando a cultura e a memória”, frisou o governador Helder Barbalho.

As próximas etapas das obras incluirão a execução do projeto de intervenção, com a criação de um pórtico de entrada projetado para a Trav. Dr. Moraes; a execução dos projetos complementares, incluindo a parte estrutural, elétrica, hidrossanitária, logística, de ar condicionado, de prevenção e detecção de incêndio e a segurança da área. Também está prevista a execução do projeto luminotécnico (de iluminação cênica) dos elementos integrados, bem como das exposições; do projeto de paisagismo de todo o cemitério; da sinalização dos espaços de apoio ao circuito expositivo e design gráfico dos painéis das exposições, levando em consideração os textos e imagens do projeto de musealização.

Para a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, a realização do projeto de restauro e revitalização do Cemitério da Soledade é mais uma demonstração da preocupação do Governo do Pará com a preservação do patrimônio, da memória e da história da cidade. “Essa é uma obra que vai durar cerca de um ano e tem várias etapas. É um trabalho muito delicado de reconstituição e de restauro de muitos elementos dessa arquitetura mortuária. O Cemitério da Soledade é por si só um museu a céu aberto e nós queremos devolver para a população, que tem também muitas práticas de devoção popular, esse espaço, para que ele seja um cemitério-parque e para que, no coração da cidade, tenhamos mais um equipamento público que dá orgulho para a nossa gente”, pontuou.

O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, destacou a importância dessa parceria para a recuperação do espaço. “No momento em que estamos superando a pandemia de covid-19, estamos aqui assinando um acordo para restaurar e transformar em museu o Cemitério da Soledade, um local que recebeu paraenses durante outra pandemia, a da gripe espanhola. É uma quadra inteira no centro da cidade que está há muito tempo em desuso e que agora passará a ter uma nova função”, disse o prefeito.