Bastidores: Por onde anda Zequinha? 

A decisão de Jatene concorrer ou não ao senado está virando caso de novela inspirado nos grandes clássicos de Agatha Christie, em que o caso só é resolvido nos momentos finais. Zequinha se tornou o fiel da balança na última eleição de Jatene contra Helder, em que este imaginava-se eleito. Os votos dos fieis seguidores religiosos de Zequinha, sem dúvida, muito contribiiram para a eleição do governador e que, por certo, por conta da parceria, haveria um acordo tácito entre as partes para a sucessão ao governo. Mas na politica, acordos são para serem rompidos.

Zequinha não está na capital. Zequinha nada fala sobre sua condição futura, apesar de que desde o ano anterior, fez saber da fragil relação pessoal e governamental que mantinha com o governador, que o tornou quase como um funcionário comum, desimportante e desprovido de prestígio e poder.

Por onde andará Zequinha? Talvez espere que o governador movimente suas pedras e lance candidatura ao Senado. Zequinha queria ser o candidato lançado e apoiado por Jatene, teria amplas possibilidades de vencer. Mas nestes novos horizontes imposto pelo estranho racionalismo do governador, lhe resta jogar com a pressão contando a ser favor, prazos e a rachadura dentro do ninho tucano, que  anda inconformada com a indicacão do presidente da Assembleia Legislativa, o deputado  Marcio Miranda ao governo.

Ainda no jogo e correndo por fora está o Prefeito Manoel Pioneiro, que apesar da rejeição da elite Tucana, surge como o ultimo e possível nome a ser apresentado na Convenção que confirmará o nome do candidato ao governo. É bom lembrar que Zenaldo seria o grande nome a sucedê-lo, mas foi desconsiderado em face da enorme rejeição do eleitorado de Belém e por ter virado o grande vilão e não ter nenhuma chance junto aos munícipes das regiões que queriam emancipação. Com a cabeca a prêmio em Carajás e no Tapajós, Zenaldo sorria com a Bandeira do Estado arriada às costas e por algum tempo, posou de herói cabano às avessas e mereceu sua eleição e depois, com tantas promessas, sofridamente, conseguiu a reeleição.

Pioneiro possui transito livre em todo o Estado, sabe falar o idioma dos ribeirinhos, dos agricultores do pé rachado e não tem nojo de apertar mãos suadas ou pisar nos lamaçais amazônicos. Imolado pelos afagos mentirosos de traidores de seu eixo politico, que não lhe deixam alçar voos fora de seus limites e que o menosprezam, adotou o reconhecido jogo Bruto ao ameaçar deixar o Tucanato e melar as possiveis intensões do governador ao senado, ao lançar o Coronel Osmar nessa candidatura.

Jatene perderia um forte palanque no municipio, teria um opositor a destratá-lo e um zumbi que roubaria importantes votos em Ananindeua. Nesta semana junto ao deputado Miro Sanova, Pioneiro confirmou o lançamento da candidatura do Coronel, aumentando a pressão sobre Jatene que vê o tempo esgotar-se ante a data limite em abril para desincompatibilizacão, em que todos que se candidatarem terão de deixar seus cargos. Será a hora da onça beber agua e veremos como ficará distribuído o tabuleiro político do estado e se Jatene continua até o fim no governo, ou se deixará tudo pra lá e mirará seu futuro politico na comoda aposentadoria que lhe reserva o Senado.

Mas o problema não é Pioneiro, que apesar da cena atual, continuará a beijar sua mão como um vassalo que não vive sem seu rei, Jatene tem olhos voltados a Zequinha que o impede se seguir adiante. Mas, observadores acreditam que já houve um belo acordo entre as partes e que sua atual ausência do cenário político, seria férias forçadas, um pretexto para tirá-lo do foco das discussões  atuais. Mas a realidade é que não existe confiança entre as partes… Mas mesmo que não fosse o escolhido de Jatene, Zequinha, se assumisse, gostaria de sentir o sabor do poder ainda que por poucos meses, mas o governador que lhe quer longe do Palácio dos Despachos, quer Miranda em seu lugar que não o trairia ou negaria seu apoio e recursos no calor da campanha e muito menos se aliaria ao MDB, este o pior dos infernos.

Num possivel cenário, a militância religiosa conduzirá Zequinha de volta à Câmara Federal, Jatene conquistará uma cadeira no senado e Helder e Pioneiro, repetirão um novo clássico, mas muito distante do de Almir e Jader marcaram no passado. Mas, surpresas ainda se sucederão. Nada está definido…

Artigo Ivan Sampaio- Ex-Presidente da ACIA
Blog do Sávio Barbosa