Cercado de sua comitiva caviar, Edmilson vai a Dubai para aprender a construir uma cidade.

O ilustre prefeito Edmilson Rodrigues, a estrela cadente da política paraense, apareceu mais uma vez. Dizem as más línguas que o sumiço é por medo da impopularidade. Ele é tão rejeitado que até os pombos da Nazaré evitam fazer cocô perto do seu gabinete.

Lá estava o prefeito esta semana, posando para a foto como se fosse um operário exemplar, cimentando lajes e erguendo a cidade com as próprias mãos. Um verdadeiro herói do cimento. Só faltou o capacete de construção e a marmita pendurada na cintura para completar a cena. Foi tão convincente que quase deu para sentir o cheiro de cimento fresco pela tela do celular, um verdadeiro espetáculo de habilidades que nem o Cirque du Soleil conseguiria reproduzir.

E como recompensa por tanto esforço fictício, Edmilson Rodrigues partirá para Dubai, afinal, quem precisa de uma cidade funcionando quando se pode passear pelos arranha-céus do deserto com dinheiro público? O prefeito vai discutir sustentabilidade entre autoridades globais, e para isso, está levando uma comitiva encarregada de mostrar uma Belém fictícia para os árabes. Tomara que lá, os sheiks o ensinem a construir uma cidade de verdade.

Belém se tornou um verdadeiro parque de diversões para crateras e buracos. É cada depressão no asfalto que dá até vontade de convidar a jovem Rayssa Leal, skatista profissional, para treinar para as olimpíadas na 25 de setembro. Afinal, Edmilson não é apenas um prefeito, é um artista urbano que transformou a cidade em um verdadeiro parque de obstáculos.

Mas quem se importa com as ruas esburacadas quando se pode ter um prefeito que domina a arte da pose? Certamente, as fotos no exterior são mais importantes do que o estado da cidade que ele deveria administrar. É como se Belém fosse apenas um pano de fundo para as aventuras internacionais do prefeito pedreiro.

Edmilson é o Picasso da política, transformando a cidade em sua tela abstrata enquanto desfruta das mordomias de Dubai junto a sua bela dama acumuladora de cargos. É o teatro da política brasileira, onde as risadas são gratuitas, mas as obras de verdade, essas são raras como um prefeito que realmente trabalha.