O mês de janeiro registrou um salto no número de pessoas vivendo na pobreza extrema com o fim do auxílio emergencial. De acordo com cálculo realizado pelo FGV Social a partir de dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnads) Contínua e Covid-19, quase 27 milhões de brasileiros estão nessa condição neste começo de ano.
Os dados representam 12,8% da população, o que configura em um aumento significativo em relação ao segundo semestre de 2020. Na época, cerca de 55 milhões de brasileiros recebiam o auxílio de R$ 600 – posteriormente cortado para R$ 300 – do governo.
Além disso, a taxa neste começo de ano é maior que a do início da década anterior, que teve 12,4% da população vivendo na pobreza extrema. O número também é maior do que o registrado no início de 2019 (11%).
A FGV Social considera uma condição de extrema pobreza quem vive com R$ 246 ao mês, ou R$ 8,20 ao dia.
O cenário deve demorar ainda para apresentar uma melhora, já que o país enfrenta hoje um novo pico da Covid-19 e, por consequência, novas medidas restritivas – o que dificulta a procura por emprego.
O último levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontava que cerca de 14 milhões de brasileiros ainda estavam desempregadas no trimestre encerrado em novembro.