Quando se dirigiu ao país na quarta-feira (10), em um discurso histórico de resgate da esperança brasileira, o ex-presidente Lula ressaltou que o desgoverno atual precisa ser combatido imediatamente. “Quero andar por este país e conversar com esse povo. O povo não tem o direito de permitir que um cidadão que causa os males que o Bolsonaro causa ao país continue governando e continue vendendo o país. Eu não sei qual é a atitude, mas alguma atitude nós vamos ter de tomar, companheiros, para que esse país possa voltar a crescer, para que esse povo possa voltar a sonhar.”
Ao dizer essas palavras, porém, Lula já estava tomando importantíssimas atitudes pelo bem do país, articulando com os governos da Rússia e da China medidas para ajudar o Brasil a enfrentar a pandemia de Covid-19.
A conversa com a Rússia ocorreu há cerca de três meses, na qual, por meio de videoconferência, Lula se reuniu com Kirill Dmitriev, diretor do Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF), que financiou o desenvolvimento da Sputnik V. Como informa a jornalista Bela Megale, de O Globo, também participaram do encontro os ex-ministros da Saúde, nos governos do PT, José Gomes Temporão, Alexandre Padilha e Arthur Chioro.
“Foi uma conversa importante, porque abriu a relação do fundo russo com o Consórcio do Nordeste. Destacamos que o interesse pelo volume de vacinas era maior e envolvia vários estados brasileiros. Isso fortaleceu o acordo de milhões de vacinas firmado com os estados do Nordeste”, explicou Padilha à jornalista. Ele contou também que Lula “foi um super incentivador” das conversas sobre a Sputnik V e destacou a necessidade de trazer para o Brasil “ vacina boa, segura, eficaz”.
Carta aos chineses
Outra medida de Lula foi a de enviar uma carta, assinada por ele e pela ex-presidenta Dilma Rousseff, ao presidente chinês, Xi Jinping, quando a China atrasou o envio para o Brasil de insumos necessários para a fabricação de vacinas.
Na carta, informa Megale, Lula e Dilma fizeram a diplomacia que o governo Bolsonaro se mostra incapaz de fazer. Elogiaram a condução da pandemia no país asiático e se desculparam pelo “negacionismo” e “incivilidade” de Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, que não perderam oportunidades para criticar um parceiro tão importante para o Brasil.
“Em nome desta grande amizade que brilha em qualquer circunstância e que soubemos construir entre esses nossos dois países e nossos povos, não faltará ao Brasil insumos indispensáveis para dar continuidade à recém-iniciada produção de vacinas que salvem a vida do povo brasileiro”, diz um trecho da carta.
Informações de O Globo