A grande pergunta que se faz nos bastidores políticos paraense é qual será o destino do PSDB no Estado após Simão Jatene, maior cacique da legenda no Pará, ter sido varrido da política na última quarta-feira, ficando inelegível por 8 anos após ter suas contas do exercício 2018 rejeitadas por 34 dos 40 deputados presentes à sessão. Dos 20 anos de reinado tucano no Estado – 16 deles ininterruptos – 12 foram de gestões de Jatene, que agora, aposentado, verá dos bastidores ou do seu barco de pesca o desenrolar do destino do partido que outrora comandou com mão de ferro.
O começo do fim da legenda teve início com a escolha de Márcio Miranda (DEM) para a disputa para o governo do Estado em 2018, o que provocou um racha interno sem precedentes dentro do tucanato. Miranda foi derrotado nas urnas, mas, ainda assim, o PSDB conseguiu eleger 4 deputados estaduais, que não conseguiram se juntar a DEM e ao Cidadania para fazer uma oposição na Assembleia Legislativa do Estado e desertaram. Prova disso é que nenhum dos 4 deputados peesedebistas votou com Jatene ou subiu à tribuna para defender o chefe, que agonizava se defendendo no plenário da casa contra a reprovação das suas contas.
A divisão interna se alargou ainda mais agora quando o Zenaldo Coutinho, considerado o pior prefeito de Belém das últimas décadas, preteriu mais uma vez um “puro-sangue” da legenda e ungiu o bibelô tucano postiço deputado estadual Thiago Araújo (Cidadania) para sua sucessão, mesmo com o deputado federal Celso Sabino e Victor Dias se colocarem à disposição para a disputa. Os conflitos aumentaram e a legenda segue desunida e desgastada eleitoralmente com forte possibilidade de perder boa parte das 32 prefeituras que ainda administra no Pará. A unidade está muito longe de ser alcançada a poucos meses da eleição e a pá de cal na carreira de Simão Jatene semana passada comprova que o ciclo do PSDB no Estado parece ter encerrado de uma forma melancólica entre eles.
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