As grandes licitações promovidas pela Prefeitura de Belém, incluindo a coleta de lixo e limpeza pública, a do transporte público e agora a aquisição dos ônibus elétricos, têm sido marcadas por diversos entraves técnicos e acusações de irregularidades. Rotineiramente, a administração municipal tem atribuído esses problemas a uma “ação política”.
O processo licitatório do transporte público, por exemplo, se arrastou por mais de um ano, ficando paralisado por seis meses sem empresas interessadas no edital. Mesmo com a abertura para concorrentes nacionais e internacionais, todas as empresas alegaram que os termos do edital tornavam a participação economicamente inviável, dado o montante de investimento necessário.
A licitação para a coleta de lixo e limpeza pública também enfrentou grandes dificuldades. O edital foi suspenso quatro vezes: sendo três pela Justiça estadual e uma vez pela Justiça Federal, após diversas empresas, incluindo de fora do estado, apontarem irregularidades. As empresas sugeriram que o edital parecia ter sido elaborado”sob medida”. No fim, um consórcio composto pela empresa que já prestava o serviço há 30 anos saiu vitorioso.
A história se repete agora com a aquisição de ônibus elétricos, levantando novamente questionamentos sobre a capacidade técnica da Prefeitura e a imparcialidade dos processos licitatórios na capital paraense.
A administração municipal precisa enfrentar essas acusações com seriedade e garantir a integridade e transparência dos seus procedimentos, para que a população tenha confiança na eficiência e na equidade dos serviços públicos oferecidos.
Ao que parece, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, parece sofrer de uma síndrome de perseguição crônica, frequentemente atribuindo as críticas e os entraves em seus processos administrativos a conspirações políticas. Tal postura dificulta ainda mais a resolução das questões apontadas e a implementação de melhorias efetivas na gestão pública da cidade.
Por Heber Gueiros