As denúncias do “escândalo do IASEP” envolvendo o Prefeito de Ananindeua, Dr. Daniel Santos (PSB), entre outros acusados, que deram origem às investigações pelo Ministério Público do Estado (MPPA), correm em segredo de justiça e estão sob a condução do procurador Armando Brasil. Todos são investigados por suspeita de fraudes e desvios de mais de R$ 260 milhões de reais de recursos públicos oriundos do Instituto de Assistência aos Servidores do Pará (IASEP), destinados à saúde municipal de Ananindeua. Enquanto isso, o alcaide segue acumulando polêmicas, desconfiança e patrimônio em escala latifundiária.
Rei do gado
Que o diga a propaganda em rede social de empresa de Minas Gerais especializada em agronegócios, após consultoria realizada na Agropecuária JD, com sede em Tomé Açu, município no nordeste paraense também conhecido como a “Terra da Pimenta”.
Para quem não sabe ou finge não lembrar, a JD é administrada pelo sócio Daniel Barbosa Santos desde julho de 2019. Nos seus vastos pastos, o doutor cria gado de corte, de leite, realiza serviços de manejo de animais e até aluga máquinas e equipamentos.
A fazenda é um latifúndio de mais de 4 mil hectares contendo outras milhares de cabeças de gado, e considerada uma das jóias da coroa do milionário e jovem político. Só não estão declarados no TRE.
Da Hilux (velha) ao jatinho (novo)
Para quem declarou em 2012 à Justiça Eleitoral possuir como patrimônio uma pickup Hilux usada e pouco mais de uns trocados na conta se comparados aos milhões atuais, a evolução patrimonial de Daniel Santos agora com jatos e aviões assustam até seus aliados.
Do contrário, procure algum pronunciamento do seu porta-voz informal, o deputado Erick Monteiro, onde ele defende a fortuna acumulada em pouco mais de dez anos e quatro mandatos eletivos pelo seu parça de jaleco e hospitais.
Ache um discurso da deputada ineficiente e primeira-dama Alessandra Haber em que ela justifica ou detalha a evolução patrimonial do casal. Pesquise manifestações de algum vereador da base dele em Ananindeua sobre o tema. Sabe por que ninguém vai encontrar nada?, pelo simples fato de que o assunto gera desconfiança e/ou constrangimento.
Pesquisas e “pesquisas”
Por outro lado, há um movimento orquestrado que planta notinhas e matérias em blogs, sites e outros veículos, semana sim, outra também, afirmando que o Dr. Daniel possui mais de 80% das intenções de votos nas próximas eleições.
Ora, ora, caso as sondagens sejam verdadeiras, por que cargas d’água não há um único instituto sério que as ateste?
Por que toda semana a aprovação galáctica dele tem de ser reiterada? Seria por algum receio? Ou insegurança e desconfiança nos próprios números?
E a população de Ananindeua, incontinente obras e inaugurações, se sente confortável em pagar os salários do casal e saber que tudo que é arrecadado para a saúde do município segue um duto em direção aos hospitais que dizem pertencer a ambos ou aos seus mais próximos parceiros ou viram rebanho bovino de milhares de cabeças atestadas até em rede social por empresa mineira?
Dito isso, permanecem algumas perguntas sem respostas, como:
Essa anestesia populacional há de ter efeito até o 1º domingo de outubro? E mais, o povo se sente representado de fato por um político estigmatizado por trair partidos, aliados e coligações, sempre em nome de um projeto ou ambição pessoal?
A história costuma esclarecer essas dúvidas nas datas eleitorais e nos cursos dos mandatos conquistados, muitas vezes a peso de campanhas milionárias, falta de escrúpulos, de compromisso, de palavra e lealdade.
O tempo mostra ainda que essas trajetórias fulgurantes quase nunca terminam em finais felizes.
Indubitável é o acúmulo de riqueza e ostentação por parte de um político que parece crer na impunidade e na anestesia geral dos seus munícipes e concidadãos.
Até lá, muita gente deve abrir os olhos, pois para isso servem as campanhas eleitorais e, sobretudo, as investigações, mesmo quando ocorrem em segredo de justiça.
O segredo de polichinelo atual é um só: de onde vem a fortuna de Dr. Daniel Santos.
Alguém (ainda) duvida da origem?
Informações: O Amazônico