Na noite da última sexta-feira, um monomotor de prefixo PT-DP caiu em uma área de mata nas proximidades da Vila Moça Bonita, a 85 km da sede do município de Pacajá, no sudoeste do Pará. A Polícia Militar e a Polícia Civil foram acionadas por volta das 20h30 e, ao chegarem ao local, encontraram apenas os destroços do avião e 301 kg de entorpecentes semelhantes a cocaína e oxi. O piloto não foi localizado, e não há informações de que ele tenha buscado socorro médico.
As diligências feitas pelos policiais na área rural não resultaram em nenhuma pista sobre o paradeiro do piloto. A Polícia Civil de Tucuruí, cidade próxima a Pacajá, ficará encarregada de seguir com o inquérito para descobrir a origem e o destino da droga. A grande quantidade de entorpecentes foi levada para a delegacia local.
Segundo informações apuradas pelo jornalismo da Vale do Xingu, o registro aeronáutico brasileiro mostra que a aeronave está em nome de Jair da Silva Neves, candidato a vice-prefeito de Claudionor Moreira em Capanema. O monomotor, fabricado em 1970, foi comprado pelo suposto novo dono em 2022 e tem operação negada para táxi aéreo, além de autorização para voar somente durante o dia. A situação de aeronavegabilidade está regular.
Esta rota clandestina é conhecida por ser utilizada para o transporte de entorpecentes durante a noite, aproveitando um ponto cego no monitoramento aéreo. Assim, o avião passa despercebido pelo aeroporto de Tucuruí, que está ativo, ao contrário do de Marabá. É provável que esta rota já fosse utilizada pelos envolvidos há algum tempo.
O acidente aéreo também será investigado pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA).
O escândalo envolvendo Jair da Silva Neves promete abalar o cenário político de Capanema. A ligação do candidato com a aeronave apreendida levanta sérias questões sobre suas atividades e coloca em dúvida sua idoneidade para ocupar um cargo público. A sociedade aguarda ansiosa por mais esclarecimentos e pela conclusão das investigações.