Melhorias habitacionais, educação, saúde e preservação da cultura foram os principais temas debatidos pelo governador Helder Barbalho durante o I Encontro do Povo Tenetehar, encerrado hoje, 9 de agosto (Dia Internacional dos Povos Indígenas), na aldeia indígena São Pedro, localizada no território do Município de Santa Luzia do Pará, nordeste paraense.
Para a liderança indígena, Puyr Tembé, a participação de um representante do governo do Estado demonstra disposição ao diálogo para construção de uma sociedade melhor. “A gente fecha esse evento com a presença do governador que mostra a compreensão, a valorização e aprende também que a luta dos povos indígenas se faz necessária para a questão das mudanças climáticas”, pontuou a Tembé.
Helder Barbalho foi o único governador presente que foi convidado para participar do encontro que reuniu indígenas de três povos, sendo eles Tembé, Kaapor e Guajajara. Os dois últimos, naturais do Maranhão.
Ao chegar na Aldeia, o chefe do executivo passou por um exame rápido de Covid-19 e, após o resultado negativo para o novo coronavírus, Helder foi recebido com um ritual de boas vindas. Homens e mulheres indígenas cantaram e dançaram uma tradicional canção que representa o som do pássaro sagrado Haizan, símbolo de boas vindas.
Durante o evento, o governante estadual ouviu as lideranças e destacou o apoio que o governo destina aos povos tradicionais. “Para ser governador de um Estado como o Pará é necessária a capacidade de ouvir, a capacidade de construir o diálogo. O nosso Estado, certamente, é um mosaico da amazônia. Nós somos diferentes dos outros estados. O Pará tem aqui, a maior comunidade indígena do Brasil e uma das maiores quilombolas do nosso país. A capacidade de dialogar com todos os atores é um desafio. Realizar o diálogo com os indígenas é um trabalho que faço com muito orgulho. É possível conciliar os interesses, a preservação da memória indígena e a ação de políticas públicas para o desenvolvimento. Nós podemos preservar as nossas diferenças e consolidar todos no mesmo habitat e a sociedade. Tenho buscado fazer que esse seja um Estado de Paz e de união, não de conflitos”, anunciou Helder Barbalho.
O governo do Estado apoiou o evento e levou ações concretas para o desenvolvimento dos povos. Kits de higiene bucal e cadeiras de roda foram entregues aos moradores. Além disso, 110 famílias de 9 diferentes aldeias foram contempladas com o “Sua Casa”. O programa habitacional estadual concede até R$ 21 mil para construção, reconstrução e ampliação de casas de famílias carentes.
Amanay Reis Silva Tembé foi uma das contempladas hoje. “Muitos aqui não tem casa e precisavam desse cheque para construir. Eu vim pra representar muitos da minha aldeia que não puderam”, explicou Amanay.
A atenção especial aos povos tradicionais é um dos principais eixos da gestão estadual atual. As ações já desenvolvidas, as estratégias atuais e os próximos passos para o desenvolvimento das comunidades indígenas foram destacados durante o pronunciamento do governador.
“Nós tomamos algumas decisões no estado do Pará. Primeiro, criar o Conselho Estadual Indigenista, para que seja o fórum de diálogo com as demandas e anseios da comunidade. Além disso, criamos um Grupo de Trabalho para ouvir e fazer chegar às populações tradicionais as ações. Na área da saúde indígena, nós realizamos ações de enfrentamento na pandemia, onde botamos os helicópteros do governo para ir de aldeia em aldeia cuidando da população. Hoje, estamos fazendo a primeira leva de benefícios do programa Sua Casa e eu já orientei que, onde a cultura Indígena permitir, a construção com tijolos, será feita assim. Onde não for dessa forma, o programa tem que se adaptar a realidade. Sobre o programa educacional, nós estamos no processo para um concurso público para professores da educação indígena”, frisou o governador.
Informações Agência Pará | Fotos: Pedro Guerreiro