Hoje é preciso discorrer sobre um personagem que parece ter adquirido uma habilidade ímpar: a arte de fugir das vaias e do descontentamento popular. Falo do prefeito Edmilson Rodrigues de Belém, cujo talento para a fuga se equipara ao de um gato assustado diante de uma enxurrada de cães raivosos. Nunca antes na história de Belém um prefeito teve que se esconder durante uma visita de autoridade internacional. Foi o que aconteceu ontem durante a visita do Presidente da França, Emmanuel Macron, à capital paraense.
Em um acontecimento que ecoa como um espetáculo de humor trágico, o ilustre prefeito, tão querido por seus súditos como o lobo na história dos três porquinhos, foi notoriamente ausente em um evento de suma importância para a cidade. Ao que parece, o convite para participar ao lado do governador e, pasmem, do presidente do Brasil e da França, extraviou-se em meio às gavetas empoeiradas da prefeitura, ou quem sabe se perdeu em um dos muitos buracos nas ruas malcuidadas de nossa amada Belém.
E como se não bastasse o vexame da ausência, eis que surge o auge do espetáculo: a fuga estratégica dos festejos no Ver-o-peso. Tão patético que parece uma cena digna das melhores comédias de Shakespeare! O temor das vaias e dos protestos dos servidores transformou nosso prefeito em um verdadeiro ninja das sombras, desaparecendo como por encanto diante do clamor popular.
Não podemos deixar de admirar a habilidade de Edmilson Rodrigues em esquivar-se das adversidades, engolido por um redemoinho de intrigas e fracassos. Porém, ao mesmo tempo, somos obrigados a questionar: que tipo de líder se esconde dos próprios concidadãos? Que destino aguarda uma cidade cujo guia prefere as sombras ao clamor das ruas?
Fica o registro deste episódio tragicômico em nossa história municipal, como um alerta para os que ousam alçar voos mais altos do que suas asas podem suportar. Que a saga de Edmilson Rodrigues nos sirva de lição: é preferível enfrentar as vaias de frente do que viver eternamente nas sombras da covardia.