Mistério do elevador: Câmara instaura CPI para investigar possível desvio de compra de elevador em gestão do ex-prefeito de São Miguel do Guamá, Antônio Doido.

A Comissão de Higiene, Saúde e Assistência Social da Câmara de Vereadores de São Miguel do Guamá, nordeste do Pará, solicitou informações à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), sobre a reforma que ocorreu no Hospital Municipal iniciada em 2019. Os documentos foram enviados nesta última sexta-feira (22).

Estes documentos apontam que o ex-prefeito de São Miguel do Guamá, Antônio Leocadio dos Santos, o Antônio Doido (PL), licitou e comprou o elevador da unidade. Os estratos bancários mostram que os pagamentos foram feitos em várias parcelas no mês de dezembro de 2020. Mas o equipamento nem chegou a ser entregue ao Hospital. Conforme Planilha Orçamentária, o elevador custou R$ 307.120,88, correspondendo a 52,11% do contrato.

Ainda com a Planilha, o valor total da obra foi de R$ 589.304,18, tendo sido pagos R$557.840,14, que corresponde a 94,66% do contrato.

Contrariando os documentos que comprovam a licitação e compra do equipamento, o ex-prefeito Antônio Doido negou que tenha adquirido o elevador em entrevista que concedeu a TV Liberal no dia 08 janeiro de 2021.

“O elevador não foi licitado, a estrutura está lá pronta pra comprar o elevador e instalar”, disse o ex-gestor.

Diante do suposto desvio do elevador, a Secretaria de Saúde informou que realizou abertura de novo procedimento licitatório. Mesmo com a alta dos preços nos últimos meses, o valor médio do equipamento foi de R$ 156.457,03, corresponde aproximadamente 50% do valor licitado pelo ex-gestor, há mais de um ano, levantando a suspeita de superfaturamento na compra do elevador.

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi instaurada nesta quinta-feira (28) após requerimento dos vereadores Drº. Cláudio Castelo, Isomar Soares, Ana Domingas, José da Silva Ferreira e Ozéias Corrêa. A comissão vai investigar o “sumiço” do elevador ou dos recursos.

Suas funções na Comissão serão:

Presidente: Professor Diego; Relator: Valson e membro: Paulão.

Leia também:

Ministério Público Federal pede condenação de Antônio Doido por improbidade administrativa; ex-prefeito pode ficar inelegível por 8 anos.